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Ouça reportagem por Paulo Rasalguéti, da Rede Seta:
Uma operação coordenada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) resultou no resgate de 57 trabalhadores em condições análogas à escravidão em fazendas no interior da Bahia. As ações ocorreram entre 8 e 18 de junho. Entre as irregularidades encontradas, destacam-se o consumo de água armazenada em galões de produtos químicos e a falta de calçados adequados, obrigando os trabalhadores a usar sacos plásticos nos pés.
As fiscalizações foram realizadas em propriedades rurais produtoras de carnaúba e sisal, localizadas nos municípios de Várzea Nova e Gentio do Ouro.
Condições do trabalho análogo à escravidão em Gentio do Ouro
Na fazenda situada em Gentio do Ouro, 42 trabalhadores foram resgatados. Eles exerciam suas atividades sem equipamentos de segurança, sem acesso a banheiros e sem local apropriado para refeições.
A água para consumo estava armazenada em galões reutilizados de Zarpan e peróxido de hidrogênio, substâncias químicas perigosas.
Os alojamentos apresentavam condições precárias: os trabalhadores dormiam em redes entre colunas ou sobre materiais como sacarias de sisal, caixas e botijões de gás.
Além disso, a ausência de banheiros nos alojamentos forçava os trabalhadores a tomar banho em estrutura improvisada e realizar necessidades fisiológicas em área de mata. Estas são características de condições degradantes de trabalho.
Resgate de trabalhadores em Várzea Nova e salário abaixo do mínimo
Em Várzea Nova, 15 trabalhadores foram resgatados de uma fazenda de sisal. O MTE constatou que o pagamento semanal era de R$ 250, resultando em R$ 1 mil por mês. Este valor é significativamente inferior ao salário mínimo vigente de R$ 1.518.