Prefeitura de Juazeiro anula contrato firmado na gestão anterior com empresa investigada por fraudes licitatórias

Prefeitura de Juazeiro anula contrato firmado na gestão anterior com empresa investigada por fraudes licitatórias
Foto: Reprodução internet | 

Andrei Gonçalves, prefeito municipal de Juazeiro, na Bahia, determinou a anulação da adesão à Ata nº 100/2023 do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) e do Contrato Administrativo nº 420/2024, celebrado com a empresa Allpha Pavimentações e Serviços de Construção LTDA. A decisão foi formalizada em decreto, com base em parecer técnico que apontou indícios de ilegalidade nos atos administrativos.

O processo administrativo nº 3.074/2025, instituído pela Portaria PGM nº 001/2025, identificou irregularidades na formação da adesão à referida ata de registro de preços e no subsequente contrato firmado com a empresa. A Nota Técnica nº 002/2025, emitida pela Procuradoria-Geral do Município (PGM), subsidiou o decreto ao destacar que os atos não poderiam ser convalidados devido aos vícios que os tornavam ilegais.

De acordo com a legislação aplicável, incluindo o princípio da legalidade e as Súmulas 346 e 473 do Supremo Tribunal Federal (STF), a administração pública tem o dever de anular seus próprios atos quando constatada ilegalidade. As súmulas mencionadas estabelecem que a administração pode declarar a nulidade de seus atos e que direitos não podem ser originados a partir de procedimentos ilegais.

No decreto, o artigo 1º acolhe integralmente as razões apresentadas na Nota Técnica nº 002/2025, declarando a nulidade dos atos questionados. Já o artigo 2º determina a realização de novos procedimentos licitatórios para a execução dos objetos dos contratos de repasse, assegurando a conformidade com a legislação vigente.

A decisão segue os princípios constitucionais que regem a administração pública, garantindo transparência e legalidade nas contratações realizadas pelo município.

Allpha Pavimentações

A Allpha Pavimentações, pertencente aos irmãos Fábio Rezende Parente e Alex Rezende Parente, encontra-se no epicentro do escândalo revelado pela Operação Overclean, realizada pela Polícia Federal (PF). A investigação trouxe à tona um esquema de fraudes em licitações e desvio de verbas públicas que movimentou aproximadamente R$ 1,4 bilhão. Os irmãos Parente, que acabaram presos, são apontados como os mentores do esquema, que incluía práticas como superfaturamento e a execução de serviços de má qualidade, gerando grandes prejuízos ao erário público.
Segundo o inquérito da PF, divulgado pela mídia nacional, as irregularidades nos contratos firmados entre a Allpha e o DNOCS foram o estopim para a investigação. A empresa, que anteriormente já havia sido contratada pelo governo municipal de Juazeiro, estava envolvida em atos ilegais que comprometiam a qualidade dos serviços prestados e ocasionavam o desperdício de recursos públicos.

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