
O Nepal enfrenta uma onda de protestos sem precedentes, liderada por jovens da Geração Z, que tomaram as ruas em resposta à corrupção, desigualdade e repressão governamental. Os atos já deixaram dezenas de mortos e provocaram renúncias no alto escalão político.
1. Corrupção e Economia Fragilizada
O país, que passou de monarquia a república em 2008, vive uma instabilidade política crônica. A economia depende fortemente de remessas de nepaleses no exterior e do turismo, especialmente no Monte Everest. Com uma taxa de desemprego juvenil de 20,8% em 2024, muitos jovens se sentem abandonados pelo sistema e revoltados com a corrupção endêmica.
2. Revolta contra os “Nepo Kids”
A indignação cresceu com a exposição de filhos de políticos — os chamados “Nepo Kids” — ostentando vidas luxuosas nas redes sociais. O contraste com a realidade da maioria da população gerou uma campanha online que viralizou, denunciando o nepotismo e exigindo mudanças.
3. Censura nas Redes Sociais
Em uma tentativa de conter os protestos, o governo bloqueou plataformas como Facebook, Instagram, WhatsApp e YouTube. A medida foi duramente criticada por organizações de direitos humanos. Após pressão popular e escalada da violência, o bloqueio foi suspenso.
4. Escalada da Violência
Os protestos se tornaram violentos, com incêndios em prédios públicos, incluindo o Parlamento e a Suprema Corte. A casa do ex-primeiro-ministro Jhalanath Khanal também foi atacada, resultando na morte de sua esposa. A ONU pediu investigação e respeito aos direitos humanos.
5. Renúncia do Primeiro-Ministro e Incertezas Políticas
Diante da crise, o primeiro-ministro KP Sharma Oli renunciou, seguido por outros ministros. Sem maioria clara no Parlamento, o país pode formar um governo interino. Jovens manifestantes exigem reformas constitucionais e maior participação política.