11 de setembro de 2025
Caos no Nepal: Corrupção, nepotismo, bloqueio de redes sociais e manifestações que resultaram em mortes e renúncia do primeiro-ministro
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O Nepal enfrenta uma onda de protestos sem precedentes, liderada por jovens da Geração Z, que tomaram as ruas em resposta à corrupção, desigualdade e repressão governamental. Os atos já deixaram dezenas de mortos e provocaram renúncias no alto escalão político.

1. Corrupção e Economia Fragilizada

O país, que passou de monarquia a república em 2008, vive uma instabilidade política crônica. A economia depende fortemente de remessas de nepaleses no exterior e do turismo, especialmente no Monte Everest. Com uma taxa de desemprego juvenil de 20,8% em 2024, muitos jovens se sentem abandonados pelo sistema e revoltados com a corrupção endêmica.

2. Revolta contra os “Nepo Kids”

A indignação cresceu com a exposição de filhos de políticos — os chamados “Nepo Kids” — ostentando vidas luxuosas nas redes sociais. O contraste com a realidade da maioria da população gerou uma campanha online que viralizou, denunciando o nepotismo e exigindo mudanças.

3. Censura nas Redes Sociais

Em uma tentativa de conter os protestos, o governo bloqueou plataformas como Facebook, Instagram, WhatsApp e YouTube. A medida foi duramente criticada por organizações de direitos humanos. Após pressão popular e escalada da violência, o bloqueio foi suspenso.

4. Escalada da Violência

Os protestos se tornaram violentos, com incêndios em prédios públicos, incluindo o Parlamento e a Suprema Corte. A casa do ex-primeiro-ministro Jhalanath Khanal também foi atacada, resultando na morte de sua esposa. A ONU pediu investigação e respeito aos direitos humanos.

5. Renúncia do Primeiro-Ministro e Incertezas Políticas

Diante da crise, o primeiro-ministro KP Sharma Oli renunciou, seguido por outros ministros. Sem maioria clara no Parlamento, o país pode formar um governo interino. Jovens manifestantes exigem reformas constitucionais e maior participação política.